Tuesday, October 7, 2008

Dubai - Areia e Fantasia

No distante Golfo Pérsico, Dubai transforma deserto em oásis livre de impostos e meta da construção civil e do turismo internacional. Cerca de 14 horas separam São Paulo de Dubai. Da América do Sul até o Golfo Pérsico o vôo é longo, sim, mas tem uma vantagem de ser o único e o primeiro a ligar, sem escalas, o Cone Sul ao distante e exótico Oriente Médio. Um exotismo aos olhos ocidentais que logo a entrada a bordo começa se revelar. Sinais da cultura muçulmana são exemplificados pelo véu da boina das comissárias da Emirates Airline. Outro exemplo? Referências à paisagem que o passageiro encontrará no desembarque também aparecem na decoração da aeronave, basicamente em tons creme (que remetem ao deserto) e muito brilho (clara alusão aos milhares de neons que iluminam a cidade mais badalada dos Emirados Árabes Unidos).


Burj al-Arab

Vôo encerrado e com os pés no chão, mais impactos. Do avião até a área de imigração surge diante dos olhos o gigante Duty Free de Dubai. Não é miragem, nem efeito colateral da longa viagem. O conjunto de lojas e butiques de grife é uma ode concreta ao consumo e ao estilo superlativo dos dubaienses. De vistosas Mercedes a uísque e helicópteros, tudo e vendido nesse lado das Arábias. Já a saída do aeroporto, mais impacto: mesmo o relógio marcando pouco mais de meia-noite, o calor dá as boas-vindas. Welcome ao país de apenas duas estações climáticas: quente (40°C) e muito quente (45°C ou mais).

Construção - cidade e The Palm Jumeirah

Day after Viva o ar-condicionado. Aqui, é mais essencial que o ar quente que se respira nesses lados do planeta. E não faltam aparelhos, ligados na máxima potência, em ônibus, táxis e nas gigantescas torres de escritórios da cidade. E, nesse aspecto, Dubai converteu-se na Meca da engenharia civil. E o maior canteiro de obras a céu aberto do mundo. Por onde quer que se olhe, há gruas por todos os lados. Estatísticas afirmam que 1/3 de todas essas máquinas estão em Dubai, ajudando a levantar edifícios cada vez mais altos em áreas onde, até o advento do petróleo, tudo era areia e água. Era... isso faz parte do passado, da época em que a cidade não passava de uma isolada colônia de pescadores e mercadores de pérolas.


Vista antiga da cidade

Do passado não tão distante não há mais vestígios. Restam, porém, areia, água e pérolas. Aliás, milhares delas, exibidas, com ostentação, sobre as burkas das mulheres e nas vitrines das joalherias do Mercado de Ouro (Gold Souk) Uma ostentação que salta aos olhos pela dimensão e também pela quantidade utilizada de pedras preciosas e, lógico, do nobre elemento aurífero.


Vista da cidade

Mix de Las Vegas com Miami, a exótica Dubai também surpreende pelos contrastes. Se, por um lado, as rígidas tradições da cultura muçulmana evidenciam-se nos trajes de homens e mulheres, nos tecidos revestidos de pedraria e paetês, nas tatuagens de henna, na proibição de consumo de bebidas alcoólicas (permitida apenas para turistas em áreas específicas de restaurantes), nas rodas de homens fumando narguille e na proibição de se fotografar as mulheres em suas vestes tribais, do outro lado igualmente impressiona a modernidade dos edifícios high-tech da Avenida Sheik Zayed e a quantidade de estrangeiros que trabalham na cidade. Lógico, uma modernidade movida pelos petrodólares dos sheiks que governam o país e empresários de todos os cantos do mundo que apostam suas fichas em Dubai atraídos por convincentes incentivos fiscais.


Praia de Jumeira

Verdadeira terra da fantasia que se materializou às custas do petróleo, Dubai e um free shop ao ar livre. Sem impostos e com criminalidade zero, não por acaso teve desenvolvimento tão rápido, atraindo profissionais de todo o mundo em busca de salários tão altos quanto as torres de concreto que se erguem em ritmo acelerado. Calcula-se que são mais de 140 as nacionalidades dos trabalhadores que deixaram Europa, América, Ásia e Oceania para trás. Exemplo bem-sucedido desse oásis de investimentos e o Dubai Internet City, onde estão instaladas as empresas mais importantes do setor, como Microsoft, CNN e Oracle. A Zona Franca de Jebel Ali, outro complexo superlativo, contabiliza cerca de 1.300 companhias.


Fonte:Flash Viagem 07/10/2008

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